Recentemente lancei uma pergunta no meu twitter e no koo:
“Quando você pensa em investimentos, a palavra “riscos” vem à sua mente?”
E a maioria das respostas em ambas as redes foi que sim, muitas pessoas possuem esse medo de investir, mas existe um motivo bem claro sobre isso, quando falamos em investimento muitas pessoas possuem a ideia que investir é se arriscar muito para conseguir algo, e em poucas palavras não é bem assim. A grande mídia fala muito em empresas listadas na bolsa de valores e como elas sobem ou caem por causa de algum escândalo, decisão ruim da diretoria ou reflexo da situação econômica atual, mas existem diversas formas de se investir com muito mais segurança do que se imagina.
Renda variável
Esse é o tipo de investimento que mais apresenta oscilações, e que sim, dá pra perder muito dinheiro aqui, mas pra perder dinheiro precisamos que o investidor faça algo, ou compra ou venda seus investimentos em renda variável.
Dentro desse tipo de investimentos, os mais conhecidos são ações, fundos imobiliários e BDRs (ações estrangeiras vendidas na bolsa brasileira), esses investimentos possuem uma alta oscilação que independe de uma taxa fixa de juros, ou seja, não existe um padrão para definir o valor deles, tudo dependerá de inúmeros fatores.
Uma empresa listada na bolsa pode iniciar o dia custando 30 reais e terminar o dia custando R$25 ou R$35, não há como saber o preço no final do dia, mas escândalos, venda de patrimônio, prejuízos, crescimento, questões judiciais e até suspeita de falência podem alterar o rumo da ação no mercado, tudo isso pode ocorrrer durante o dia devido a algum rumor gerado pela mídia ou investidores, por isso há uma necessidade de estudar a fundo os investimentos em renda variável e principalmente as empresas que você anda comprando, por isso, nunca siga recomendações sem conhecer a empresa que você vai comprar e sem acreditar nos fundamentos dela.
A Oi foi um grande exemplo disso, a alguns anos vi um alvoroço de vários investidores indicando a chance de comprar uma das maiores operadoras brasileiras que estava em recuperação judicial, não lembro ao certo quanto estava na época, mas vamos dizer que era algo em torno de R$1. Bem, esse valor é preocupante para uma empresa a nível nacional com um portfólio grande de serviços e clientes, na data do último fechamento da bolsa (05/12/2022) ela estava custando R$0,50, as pessoas que compraram essa ação num valor maior que esse, simplesmente viram seu dinheiro derretendo, mas podemos dizer que talvez não tenham perdido o dinheiro, sabe por quê? Na bolsa só se perde dinheiro quando você vende uma ação na baixa, como assim? Simples, pensa comigo:
Comprei: R$1,00
Vendi: R$0,50
Perdi: R$0,50
Mas vamos dizer que em dois anos, por algum motivo desconhecido hoje em dia, a Oi volta a subir, então o valor da ação dobra em comparação ao que você comprou:
Comprei: R$1,00
Vendi: R$2,00
Lucrei: R$1,00
Simplificando: muitas vezes lucro e prejuízo na bolsa só é definido de acordo com o seu comando de comprar ou vender. Novamente reforço, só invista em renda variável se você entende como o mercado funciona e quais são os riscos!
Simplificando ²: NÃO INVISTA o dinheiro de sua reserva na renda variável, não invista um dinheiro que você precisará dele a qualquer momento, muito menos um dinheiro que você não se pode dar o luxo de ver ele oscilando!
Por isso, se você não se sente preparado para esse tipo de investimento, é bom começar com a:
Renda fixa
Esse tipo de investimento é mais conservador, oferece na maioria das vezes uma garantia, previsão de renda e data de retorno do dinheiro, é praticamente o céu dos investimentos.
Dentro da renda fixa podemos encontrar inúmeros tipos de investimentos como os CDBs, LCIs, LCAs, Debêntures, títulos do Tesouro Nacional, e etc..
Muitos investimentos oferecem garantia do FGC, que é um fundo que oferece garantia ao investidor de que o dinheiro dele irá voltar integralmente se aquela empresa ou banco falir, para cada CPF ele oferece R$250.000 de garantia para cada instituição que o investidor tem cadastro, é legal estudar mais sobre no site oficial deles: https://www.fgc.org.br/. Mas em casos como o Tesouro Nacional, não há proteção do FGC, só com um detalhe, para o “Tesouro Nacional” falir o Brasil teria que quebrar primeiro, então acho que não seria muito fácil isso acontecer, né?
É interessante dizer que nem todos os investimentos em renda fixa possuem proteção do FGC, por isso leia antes de fechar o investimento, pode ser muito convidativo aquela taxa de juros altíssima, mas talvez você esteja se arriscando demais com uma empresa que pode dar problema. Por isso, antes de fazer um investimento veja:
- Em quem você está investindo
- Taxa de rentabilidade
- Tempo do investimento
- Garantia do FGC
A taxa de rentabilidade pode variar de diversas formas, você pode pegar uma taxa atrelada ao CDI (o que quer dizer que o juros pago a você vai oscilar junto com a taxa SELIC), uma taxa prefixada (dentro daquele período investido o seu juros é fixo e não altera devido a nenhum fator) e também existem investimentos atrelados ao IPCA, em sua maioria, IPCA mais alguma coisa (IPCA leva em conta a inflação do momento, por isso a taxa oferecida pelo investimento tem o fator variável que é o IPCA + uma taxa fixa). Todas as possibilidades devolverão o seu dinheiro investido na data de vencimento mais os juros.
É importante lembrar a respeito do prazo, muitas vezes conseguimos taxas melhores com prazos mais longos, o que quer dizer que o seu dinheiro vai ficar preso por mais tempo, e não, não dá pra tirar ele antes (exceção dos títulos do Tesouro Nacional e CDBs de liquidez diária), por isso, reserva de emergência e objetivos de curto prazo não deveriam ser colocados em investimentos que não podem ser resgatados a qualquer momento.
A gente poderia gastar um tempo enorme aqui falando sobre os tipos de investimento, mas é importante que as decisões tomadas com o nosso dinheiro sejam feitas por nós mesmo de acordo com o que aprendemos, nada de impulsividade ou influência tendênciosa, se você se sente inseguro com investimentos, comece com investimentos de renda fixa com liquidez diária ou vencimento mais próximo, depois avance para investimentos com um pouco mais de risco, vencimento mais distante e maior rentabilidade, quando se sentir pronto e disposto (não é obrigatório), parta para a renda variável.
Depois vou voltar para conversar mais sobre os temas falados aqui, qualquer dúvida é só comentar que vai me ajudar muito a produzir mais conteúdos baseados nas dúvidas que surgirem.